redescobrir e assumir quotidianAMENTE a nossa identidade filial
Introdução
O artigo 44 das Costituições
recorda-nos que «Maria, mãe de Deus e da Igreja está activamente presente na
nossa vida e na história do Instituto. Confiando na palavra de D. Bosco: “É Maria
quem nos guia,” cultivar-lhe-emos um amor grato e filial e empenhar-nos-emos em
transmiti-lo às jovens e aos jovens». Durante esta novena, queremos colocar-nos
na escola de Maria, Filha predilecta do Pai, para aprender com Ela a
filialidade e assumir a nossa identidade filial na vida quotidiana.
(Seguiremos um percurso organizado em três etapas, sugeridas, possivelmente,
para o momento mariano da nossa oração da manhã[2].Cada etapa, por sua vez, está articulada em três
momentos que nos permitem reflectir, rezar e empenhar-nos.
Seria bom retomar o empenho durante o exame de consciência, à noite, que
nos permite avaliar o percurso de cada dia. Aconselha-se a que, se possível, se
faça a leitura total do contributo que inspirou esta novena, em anexo.
Cada comunidade poderá procurar também um tempo oportuno para uma partilha
comunitária sobre o tema da novena.
A introdução sugerida no início de cada etapa, pode ser lida e comentada à
Boa Noite do dia anterior
Primeira etapa:
Contemplemos Maria, espelho da nossa identidade filial
(O texto poderá
servir para motivar o caminho desta etapa e ser lido à boa noite do dia
anterior)
Na conclusão da Encíclica “Deus caritas est”, Bento XVI convida a Igreja a olhar para Maria,
Mãe do Senhor como “espelho de toda a santidade”. Parafraseando o Pontífice,
durante esta novena, queremos confrontar-nos com Maria, contemplando-a como
espelho da nossa identidade filial.
A identidade constrói-se na interacção com o outro e
constitui o pressuposto de toda a relação fecunda. Nesta pespectiva, afirmar que Maria é o
espelho da nossa identidade é um convite a espelhar-nos n’Ela para nos reconhecermos, reencontrarmos, como
cristãos e reproduzir no hoje os seus traços filiais. Para nós, Filhas de Maria
Auxiliadora, é um apelo a confrontar-nos com Ela, como filhas, irmãs e mães. Filialidade, fraternidade/sororidade e
maternidade são três dimensões tipicamente relacionais que nos reenviam
essencialmente para a nossa identidade carismática ao serviço das novas
gerações.Trata-se, fundamentalmente, de tomar consciência e assumir a nossa
existência e vocação filial com todas as suas implicações.
29 novembro
Para redescobrir (poderá servir como introdução ao Angelus
durante a novena)
Com Maria e como
Maria reconhecemo-nos filhas e filhos do Pai
Como “filha predilecta”, Maria convida a
pessoa humana a acolher a paternidade de Deus e, por consequência, reconhecer a
própria identidade filial. Neste sentido, invocar a Deus como Pai é reencontrar-se
como pessoa criada à imagem do Filho e recriada n’Ele como filha do Pai. Isto
implica a capacidade de «viver sentimentos de dependência, gratidão, de
obediência. Ser filho é a resposta feliz e cheia de amor a um Amor que nos
precede».
A filialidade da jovem de Nazaré
oferece-nos a capacidade de responder na liberdade da fé ao apelo divino.
Maria, como «mulher livre e responsável em responder prontamente no momento da
anunciação, revela a vocação última da pessoa humana: a comunhão e diálogo com
Deus, Pai amoroso, por meio do Filho no Espírito». Além disso, a sua experiência
filial faz redescobrir a cada pessoa a sua identidade de criatura, redimida por
Cristo na gratuidade total. Deste modo, Ela, a nova filha de Sião, a cheia de
graça, é, para a humanidade, um exemplo de pessoa plenamente realizada, porque
recriada. Portanto, Maria confia a criação à humanidade, quer como espaço de
vida para cuidar e não para fazer mau uso, quer como lugar de louvor a Deus e
de serviço aos irmãos.
Breve momento de silêncio
Para rezar
Contemplemos o mistério da
incarnação do Filho de Deus com a saudação do Anjo à Virgem Maria, espelho da
nossa identidade filial:
Oração do
Angelus recitada ou cantada.
Confiemos a Maria, filha
predilecta do Pai, o nosso empenho em assumir a nossa identidade filial no
quotidiano.
Consagração (para todos os dias da novena)
Virgem Imaculada Auxiliadora,
A Ti, Filha predilecta do Pai,
Mãe de Jesus e Nossa Mãe,
Entregamo-nos confiadamente a ti
A Ti, Filha predilecta do Pai,
Mãe de Jesus e Nossa Mãe,
Entregamo-nos confiadamente a ti
com amor filial.
Tu, Imaculada, Toda Bela!
Contemplamos-te, Maria, espelho da nossa identidade filial.
Contemplamos-te, Maria, espelho da nossa identidade filial.
Desperta em nós um renovado empenho para assumir
as exigências da nossa identidade filial.
Contigo e como tu reconhecemo-nos filhas do Pai.
Contigo e como tu reconhecemo-nos filhas do Pai.
Ensina-nos a viver a fraternidade
Valorizando a união com todas as
criaturas.
Tu, Imaculada, toda pura!
Em ti redescobrimos a fecundidade da vida filial.
Em ti redescobrimos a fecundidade da vida filial.
Virgem, discípula do Filho, na tua escola
Renovamos a nossa consagração ao Senhor;
ajuda-nos a viver a radicalidade dos conselhos
evangélicos
para sermos como tu testemunhas da vida filial.
Tu, Imaculada, cheia de graça!
Em Ti contemplamos o ícone da vida filial.
Faz com que assumamos a maternidade como dom e
dever
Para sermos seio que defende a vida,
casa hospitaleira e acolhedora para os jovens,
para as irmãs e todas as pessoas com quem cruzamos
no caminho da vida
Tu, Imaculada Auxiliadora!
És para nós Mestra e Guia!
Ajuda-nos a interiorizar os traços filiais
Que nos encorajam a ser perseverantes na oração,
a intensificar a nossa comunhão com o Pai
e que nos abrem a Cristo, presente nos irmãos e em cada realidade.
Tu, Imaculada e Mãe,
educacora de Jesus e dos cristãos.
Colocamo-nos na tua escola para nos deixarmos educar
E aprender a educar para a vida de oração,
para a comunhão e para o serviço
para ser o reflexo do teu rosto filial
nas comunidades educativas, na Família Salesiana,
na Igreja e na Sociedad.
Amen
Para viver
Num momento do meu dia de hoje, procurarei
reflectir sobre a paternidade de Deus para agradecer ao Pai o dom de ter sido
escolhida desde toda a eternidade para ser filha no Filho.
30 novembro
Para redescobrir (poderá servir como
introdução ao Angeluz durante a novena)
Com Maria e como Maria, assumimos a fraternidade
Como filhos do mesmo Pai, formamos uma
única família. A filialidade é, por isso, o pressuposto e o fundamento da
relação fraterna, porque, não se pode ser irmã/irmão sem ser filha ou filho.
Isto implica a capacidade de superar as
barreiras para viver de forma credível o amor e a solidariedade fraterna.
Deste modo, a filialidade de Maria, como a
de Jesus, envolve toda a vida, não como uma realidade à parte, mas como a forma
mais humana e mais religiosa de viver a vida. Maria, como primeira irmã,
ensina-nos a assumir a fraternidade como dom e dever. D’Ela se pode aprender a
ser irmã e irmão, capazes de criar, embora com esforço, o verdadeiro espírito
de família onde cada um procura acolher sempre o outro com respeito, estima e
compreensão, em atitude de diálogo aberto e familiar, de benevolência, de
verdadeira amizade. Com Ela pode-se construir uma família que valoriza quanto
cada um dá e permite-lhe dar o melhor de si para construir, dia-a-dia a
casa-comunhão.
Breve momento di silêncio
Para rezar (poderá servir como introdução ao
Angelus durante a novena)
Contemplemos o mistério da
incarnação do Filho de Deus com a saudação do Anjo à Virgem Maria, espelho da
nossa identidade filial:
Oração do
Angelus recitada ou cantada
Entreguemo-nos a Maria, filha
predilecta do Pai, e confiemos-lhe o nosso empenho de assumir a nossa
identidade filial no quotidiano.
Consagração (do primeiro dia)
Para viver
Num momento de oração pessoal
recordo a minha experiância de vida fraterna, agradeço ao Pai por todas as
pessoas que me deu como irmãs e irmãos, rezo por aqueles com quem tenho
dificuldade em viver a fraternidade. Procuro, hoje, fazer um gesto que traduza
o meu empenho de assumir como Maria a fraternidade no quotidiano.
1º de dezembro
Para redescobrir (poderá servir como
introdução ao Angelus durante a novena)
Com Maria e como Maria, mãe do Filho, aprendemos a
maternidade
Na perspectiva filial,
Maternidade e filialidade são realidades de tal forma ligadas que nos permite
afirmar que Maria é filha para tornar-se mãe e, tornando-se mãe, realiza
completamente a sua filialidade.
As palavras de Jesus sobre a
cruz: “Mulher, eis o teu filho!”, e
ao discípulo: “Eis a tua mãe!”, vêm confirmar
a singularidade e a universalidade desta maternidade muito nova, ao passar de
uma maternidade física a uma maternidade espiritual. Jesus sobre a cruz parece
convidar a sua mãe angustiada a deixar a sua dor para redescobrir a sua
maternidade mais autêntica, a sua capacidade de amar. É um convite a viver a
vocação materna como um recurso para proteger, cuidar, regenerar e fazer nascer
a vida donde prevalece a morte. Maria, sob a cruz, à escuta do Filho, aprende a
maternidade hospitaleira e criadora.
Dela se pode aprender a ser
espaço acolhedor para os jovens; pode-se aprender a maternidade ferida pelo
sofrimento do nosso mundo, mas, criadora, porque acolhida com amor. Ela é Mãe
porque gera a nossa identidade de filha, irmã e mãe e convida-nos a acolher
como Ela a maternidade como dom.
Breve momento di silêncio
Para rezar (poderá servir como introdução ao
Angelus durante a novena)
Contemplemos o mistério da incarnação do Filho de Deus
com a saudação do Anjo à Virgem Maria, espelho da nossa identidade filial:
Oração do Angelus
recitada ou cantada
Confiemos a Maria, filha predilecta do Pai, o nosso
empenho em assumir a nossa identidade filial no quotidiano.
Consagração (do primeiro dia)
Para viver
Hoje, na escola de Maria
sob a Cruz, farei do meu dia um espaço acolhedor para os jovens, para as
irmãs, e todas as pessoas que se cruzem
no meu caminho.
Segunda etapa: Com Maria redescobrimos a fecundidade da vida filial
(Esta introdução poderá servir para motivar o caminho
desta etapa e poderá ser lida à Boa Noite
do dia anterior)
A irmã ou o irmão que
consideram Maria como a irmã mais velha para
viver o discipulado na sequela de Cristo, seguem-na, enfrentando os seus próprios
sentimentos de colaboração para construir juntos a família de seu Filho. Ela
mostra, assim, a fecundidade da vida filial, ou seja, que a vida filial não é a
mera recepção passiva de um dom da graça, totalmente estranho à pessoa, mas o
desabrochar da graça superabundante no sempre renovado "aqui estou"
do Filho diante do Pai.
Se ainda hoje as dificuldades
de relação continuam a ser o problema maior das famílias, das comunidades de
vida consagrada, da convivência social, é sinal de que ainda estamos longe de
incarnar a realidade filial. Para isso, temos de ter a coragem de uma avaliação
corajosa e saudável e a busca de estratégias apropriadas para melhorar a
situação. A estrada é clara para aquele que não aceita a infertilidade e decide
viver a fecundidade da Mãe/ Pai. Maria de Nazaré, mulher de relações fecundas,
ensina-nos o caminho de uma maternidade frutuosa.
Breve momento de silêncio
2 dezembro
Para redescobrir (poderá servir de
introdução ao Angelus durante a novena)
Com Maria, na
escola do filho, redescobrimos o sentido
profundo do discipulado
Na relação tão envolvente,
aprendida por Maria, filha, irmã e mãe, pode-se encontrar o sentido profundo
dos conselhos evangélicos e aprender com Ela, a primeira discípula, a
abandonar-se na fé ao amor exclusivo do Pai na sequela do Filho. Maria, de
facto, está ciente de que Deus Pai a pensou com amor desde toda a eternidade;
isto, suscita n’Ela aquela confiança/abandono filial que lhe permite dizer
«sim» ao anúncio do Anjo. A pobreza/pequenez é acolhida e assumida com
serenidade porque, precisamente no ser pobre, Ela descobre o motivo da
predilecção do Pai e, por iso, responde com sentimentos de louvor, de gratidão
e de amor.
Breve momento de silêncio
Para rezar (poderá servir como introdução ao
Angelus durante a novena)
Contemplemos o mistério da incarnação do Filho de Deus
com a saudação à Virgem Maria, ícone materno da vida filial:
Oração do
Angelus recitada ou cantada.
Confiemos a Maria, filha predilecta do Pai, o nosso
empenho em assumir a nossa identidade filial no quotidiano.
Consagração (do primeiro dia)
Para viver
Hoje, na
escola de Maria, discípula do Filho, renovemos a nossa Consagração ao Senhor e
empenhemo-nos em viver na humildade o “eis-me aqui!” e o “vado io!”.
3 dezembro
Para redescobrir (poderá servir de
introdução ao Angelus durante a novena)
Contemplemos Maria
como mãe que acolhe e se deixa acolher pelo filho
A entrega do discípulo a Maria
e de Maria ao discípulo, ajuda-nos a compreender o valor da maternidade/filialidade
como dom, e o poder da aceitação mútua. Segundo Ronchi, o princípio mariano diz
que o critério da aceitação entra na própria estrutura da experiência cristã:
«a todos quantos o acolheram, deu o poder de se tornarem filhos de Deus» (Jo
1,12). Estas anotações estimulam-nos a acolher Maria como Mãe e, como diz
Ronchi, a aceitá-la com o discípulo para encontrar a nossa identidade: «O
discípulo tomou-a consigo, como um bem precioso.
Acontecimento que orienta cada discípulo. João estabelece o paradigma da nossa
atitude para com Maria. Para
Maria, não se trata de receber protecção e hospitalidade na casa dos
discípulos: é Ela quem chega às casas como tesouro, como identidade na tua
busca de identidade. Toma-a dentre aquilo que te diz quem és, Ela é a tua
definição; toma-a dentre as coisas mais íntimas. Tu és como Maria, pessoa
anunciada; és como Maria, casa de Deus; és como Maria crente feliz; és como Ela,
quem dá o vinho e a alegria; és como Ela, mãe sofredora e que gera; és como Ela,
mãe de Cristo e mãe de muitos filhos. A tua identidade. Maria é Mãe, porque diz
e gera a tua identidade de crente».
Breve momento di silêncio
Para rezar (poderá servir como introdução ao
angelus durante a novena)
Contemplemos o mistério da incarnação do Filho de Deus
com a saudação do Anjo a Maria, ícone materno da vida filial:
Oração do
Angelus recitada o cantada
Confiemos a Maria, filha predilecta do Pai, o nosso
empenho em assumir a nossa identidade filial.
Consagração (do
primeiro dia)
Para viver
Hoje faço o
exercício de acolher Maria como João. Aprendo com Ela a ser Mãe para todas as
pessoas que encontrar durante o dia.
4 dezembro
Para redescobrir (poderá servir como
introdução ao Angelus durante a novena)
Ser o reflexo do
rosto filial de Maria
Ser o reflexo do rosto filial
de Maria é ser testemunha da sua vida filial. O crente que se empenha em ser
reflexo do rosto filial de Maria como “filha predilecta”, é uma pessoa
interiormente unificada, não por si mesma, mas pelo poder do Espírito. É capaz
de viver em profunda comunhão com o Pai, fazendo da sua vontade a única glória.
Neste sentido, a pessoa unificada já não se sente só nem desanimada, porque se
sente filha, nunca abandonada nem rejeitada, pelo contrário, escolhida e abençoada
pelo Pai desde a criação do mundo. «Daqui nasce o sentimento vivo da
providência do Pai, que cuida de todos os seus filhos (cf Mt 6,25-34; 1Pe 5,6)
chamando-os segundo o seu desígnio para a glória (cf Rm 8,28-30)».
Neste sentido também, o caminho
mariano do testemunho é o dom total de si mesmo, associando-se à oferta do
Filho até à cruz. Aos pés da cruz, ao que muito sofrem, Maria ensina a ter
força e coragem. Ensina como se vive o tempo da cruz, como se deve estar aos
pés de infinitas cruzes, onde Cristo é ainda crucificado nos seus irmãos. O
crente que é educado ao testemunho filial segundo o caminho mariano, atinge a
consciência de que o «Senhor livrará sempre o seu filho, mas não do sofrimento,
no sofrimento. Como protegeu Jesus, o
seu filho, não da morte, mas na
morte». Esta convicção alimentada pelos sacramentos, especialmente pela
Eucaristia, “pão dos filhos”, habilitará o crente para afrontar a vida com
serenidade.
Breve momento de silêncio
Para rezar (poderá servir de introdução ao
angelus durante a novena)
Contemplemos o mistério da incarnação do Filho de Deus
com a saudação do Anjo à Virgem Maria, ícone materno da vida filial:
Oração do
Angelus recitada ou cantata
Confiemos a Maria, filha predilecta do Pai, o nosso
empenho em assumir a nossa identidade filial no quotidiano.
Consagração (do primeiro dia)
Para viver
Hoje
empenhamo-nos em ser o reflexo da bondade materna de Maria no dom total de nós
próprias e em acolher as dificuldades, associando-nos à oferta de Jesus sobre a
cruz.
Terceira etapa: Com Maria educadoras e a educar à filialidade
(Esta introdução poderá servir para motivar o caminho
desta etapa e poderá ser lida na Boa Noite do dia anterior)
Na perspectiva filial, ser o
reflexo da filialidade mariana é assumir os traços filiais, reproduzi-los na
vida pessoal e colaborar de forma a gerá-los na vida das novas gerações,
através da educação. Quais são os traços da vida filial para educar? Estes traços
são bem claros, em relação às três dimensões da vida cristã: diakonia, koinonia e martyria. Por
consequência, oração, serviço, comunhão e
testemunho até ao martírio são convergentes neste único empenho: tornar-se
disponíveis ao Espírito para se poder
revestir do Filho, correspondendo ao apelo do Pai.
Por isso, educar-nos e educar à
filialidade, implica educar ao relacionamento como eixo transversal que se
torna oração na relação com Deus, comunhão, serviço e testemunho até ao martírio na relação com o outro.
Durante esta última etapa da nossa novena, colocamo-nos na escola de Maria para
nos deixarmos educar, de forma a poder educar os jovens à vida filial.
5 dezembro
Para redescobrir (poderá servir de
introdução ao Angelus durante a novena)
Com Maria educar-nos
e educar à oração como alento da vida filial
Educar-nos e eduacar à oração como alento à vida filial é
recuperar e fortalecer a identidade filial, isto é, redescobrir o valor da
paternidade/maternidade no processo de crescimento da pessoa. Por isso, a
oração é um modo de ser, é a capacidade de pronunciar, por um lado, uma palavra
de fé: “eu creio em ti”; por outro, é escutar uma palavra geradora: “Tu és o
meu filho”. Trata-se de um diálogo que faz emergir a alteridade na realidade
mais profunda e abre-se, portanto, à confiança recíproca. Nesta dinâmica, a
oração faz-se entrega e força que regenera o outro, porque, tornar-se filho ou
filha em sentido pleno, não é apenas gritar “Abba, Pai”, mas também dizer “Pai
nosso”.
Educar-nos e educar à oração,
na perspectiva filial, é abrir-se à riqueza da relação com o Outro (Deus uno e
trino) e com os outros (pessoas e todo o criado). Maria, pessoa de relação,
convida à abertura ao Transcendente e ao respeito pelo outro. Como primeira
discípula do Filho, assume a sua oração e torna-se também Ela mestra de oração.
Da anunciação à visitação, de Caná ao gólgota, da Páscoa ao Pentecostes,
revela-se a sua perseverança na oração. A sua experiência é um chamamento para
os educadores a acompanhar as novas gerações, a fazer uma experiência profunda
de Deus para ser, por sua vez, reflexo luminoso de filialidade.
Para rezar (poderá servir de introdução ao
Angelus durante a novena)
Contemplemos o mistério da incarnação do Filho de Deus
com a saudação à Virgem Maria, educadora à filialidade:
Oração do
Angelus recitada ou cantada.
Confiemos a Maria, filha predilecta do Pai, o nosso
empenho em assumir a nossa identidade filial no quotidiano.
Consagração (do primeiro dia)
Para viver
Hoje, empenhamo-nos
em ser “perseverantes na oração com Maria e como Maria, para intensificar a
nossa comunhão com o Pai e a abrir-nos a Cristo, presente nos irmãos e em cada
realidade.
(Const. FMA art 37).
6 dezembro
Para redescobrir (poderá servir de
introdução ao Angelus durante a novena)
Com Maria educar-nos
e educar à relação
O empenho de nos educarmos e educar à relação deve
tornar-se comunhão dos filhos (koinonia).
Aquele que é filho, é
constantemente unificado pelo Espírito àquele
que é o primogénito entre muitos irmãos (cf Rm
8,29). A união ao Filho cresce unida e proporcionalmente à união com os outros
filhos. Isto significa que não só a relação com Deus permite a comunhão com os
irmãos, mas também o amor recíproco permite que a relação que o homem
estabelece com Deus seja autenticamente filial.
Maria viveu plenamente esta
reciprocidade de relações. Como pessoa essencialmente de relação com Deus e com
o próximo, convida os educadores à solidariedade e ao amor. Isto exige romper
barreiras e muros para criar pontes e ligações, trabalhar em rede, comunicar
com os outros. Como pessoa de comunhão, Maria impele-nos à solidariedade com
todos. Como Mãe, participa plenamente no sonho tão querido ao Filho de promover
a unidade entre os crentes (cf Jo 17,
10.20). Perante todas as dificuldades que impedem alcançar a paz no mundo,
criar comunhão e colaboração na sociedade, nas famílias e nas nossas
comunidades, Maria educa-nos a não retroceder, a não desanimarmos, a acreditar,
cada dia, no projecto de comunhão que o Pai tem para cada membro da Igreja
Breve momento de silêncio
Para rezar (poderá servir de introdução ao
Angelus durante a novena)
Contemplemos o mistério da incarnação do Filho de Deus
com a saudação à Virgem Maria, educadora da filialidade:
Oração do Angelus
recitada ou cantada.
Confiemos a Maria, filha predilecta do Pai, o nosso empenho
em assumir a nossa identidade filial no quotidiano.
Consagração (do primeiro dia)
Para viver
Identifico em mim: os recursos que me ajudam a viver a
comunhão e os obstáculos mais frequentes que me impedem viver uma relação
serena. Escolho um pequeno empenho que me ajude a tornar-me como Maria, mulher
de comunhão.
7 dezembro
Com Maria educar-nos e educar ao serviço
Segundo as próprias palavras do
Filho, o serviço é a nota dominante do seu estar no mundo, é a modalidade
segundo a qual vive a sua filialidade:«eu estou no meio de vós como aquele que
serve» (Lc 22,27; cf Mt 20,28; Jo.1,1-20). Portanto, educar-nos e educar ao serviço na
perspectiva filial, vai além do voluntariado esporádico ou da solidariedade
filantrópica nalgumas ocasiões. Trata-se de uma educação que habilita a pessoa
a fazer-se próxima, como Jesus nos ensina na parábola do bom samaritano, isto
é, a estarmos atentos para ultrapassar a pressa do activismo legalista para nos
darmos conta do outro que está no nosso caminho e pede ajuda; deixar-nos
compadecer e cuidar. A intensidade do serviço filial assume a conotação do amor
de Cristo, onde o “até ao fim” é entendido não só como perseverança temporal,
mas como totalidade, irrevocabilidade e
gratuidade do dom de si.
Maria assumiu por completo este
estilo de serviço filial. Neste tempo de globalização, Ela educa-nos e
chama-nos a educar os jovens, a parar e vencer a solidariedade de morte para
promover uma vida dedicada ao serviço dos irmãos e irmãs. Quem segue Cristo no
serviço da educação está de tal forma disponível e aberta ao projecto do Pai
que se torna sua colaboradora como Maria no dom total, irrevogável e gratuito
de si, unindo-se ao Filho na obra de salvação da humanidade.
Breve momento de silêncio
Para rezar (poderá servir de introdução ao
Angelus durante a novena)
Contemplemos o mistério da incarnação do Filho de Deus
com a saudação à Virgem Maria, educadora à filialidade.
Oração do
angelus recitada ou cantada
Confiemos a Maria, filha predilecta do Pai, o nosso
esforço em assumir a nossa identidade filial no quotidiano.
Para viver
Hoje procuro estar disponível para quem precise da minha
ajuda. Não me deito sem ter dado a minha ajuda a alguém.
Consagração (do primeiro dia)
8 dezembro: Solenidade da Imaculada Conceição
Introdução
ao Angelus
No caminho
santo do Advento, a Igreja venera Maria, Filha predilecta do Pai, como Aquela que,
por graça, não foi manchada pelo mal. A Imaculada torna-se, para nós, sinal de
esperança segura e testemunha-nos que o mal não terá a última palavra.
Madre Mazzarello
exortava: “Aproximamo-nos da festa da
Imaculada. A nossa Regra quer que a celebremos com grande solenidade. Mas, para
além disto, deve ser uma das mais belas festas para nós, que somos filhas de
Maria”.
Acolhendo
esta exortação de Madre Mazzarello, celebremos a solenidade da Imaculada
Conceição, reconhecendo-nos imensamente gratas no confronto com a Virgem Mãe
que, pelo seu “SIM” incondicional, nos abriu a passagem para a Salvação.
D’Ela
aprendemos a viver a filialidade e a dizer com prontidão e generosidade o nosso
“Eis-me aqui!” ao Senhor em cada momento da nossa vida.
Angelus cantado
Confiemos a Maria, filha predilecta do Pai, o nosso empenho em assumir a
nossa identidade filial no quotidiano.
Consagração (do primeiro dia)
[1] Preparada
pela Ir. Martha Séïde, (cf Martha Séïde,
Para gerar filialidade.
A via mariana da
educação,
in Farina Marcella-Siboldi Rosangela-Spiga Maria Teresa, Filialidade. Percursos de reflexão e de pesquisa,
Cidade do Vaticano, LEV 2014, 312-331).
in Farina Marcella-Siboldi Rosangela-Spiga Maria Teresa, Filialidade. Percursos de reflexão e de pesquisa,
Cidade do Vaticano, LEV 2014, 312-331).
[2] As comunidades que celebram a novena com a comunidade
educativa, marcarão o momento mais oportuno
e adaptado para o fazer, por forma
a que também os jovens tenham
oportunidade de reflectir e rezar sobre
o
tema da filialidade, típica da vida cristã.
Nessun commento:
Posta un commento